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Esta é uma série de palestras que busca compilar, de forma sistemática, o
tema do Marxismo Cultural que se encontra difuso em diversos vídeos e
palestras no site padrepauloricardo.org. O intuito é o de apresentar a
revolução cultural dentro da Igreja ou, melhor dizendo, um estudo
sistemático das raízes da Teologia da Libertação e de sua atuação dentro
da Igreja Católica.
Como reflexão teológica, o objetivo é o de
identificar o que está acontecendo com a teologia e a maneira como o
pensamento revolucionário está influenciando a forma de pensar a
teologia, Deus, a Igreja e o sacerdócio. Porém, para se chegar à
teologia é importante conhecer as raízes desta revolução, que se
encontram na filosofia.
O curso também irá abordar a razão pela
qual a expressão teologia da libertação não é mais tema de discussão. Na
realidade, ela já domina hegemonicamente o pensamento da própria
Igreja. E é exatamente para desmascarar esse domínio velado que este
curso é apresentado aos assinantes do site Christo Nihil Praeponere.
Como visto na aula anterior, Marx já havia identificado uma problemática
cultural na alienação do proletariado, ao dizer que a religião é o ópio
do povo. Isso foi analisado de forma mais sistemática por Antonio
Gramsci, que vivenciou toda a crise teórica do comunismo após a I
Guerra. Esta crise do marxismo gerou 2 filhos: o fascismo e o marxismo
cultural, cada um deles com uma proposta bastante clara para chegar aos
seus objetivos de dominação.
A Primeira Guerra Mundial representou uma crise teórica para o marxismo,
pois este esperava que os trabalhadores se unissem contra seus
empregadores, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário: os
trabalhadores se uniram uns contra os outros. A grande pergunta que
surgiu foi a seguinte: quem alienou os trabalhadores desta forma? Um
alienado, segundo o marxismo, é alguém que renunciou aos seus direitos
de classe para dá-los a outra pessoa. Quando ele para de lutar pelos
seus direitos de classe, está servindo a outra classe. Quem alienou o
proletário, o pobre? A resposta do marxismo: a civilização ocidental.
Dois
pensadores diferentes encontraram a mesma resposta para o dilema da
alienação: o primeiro foi Antonio Gramsci, que na URSS viu os limites da
teoria marxista, tomando consciência da necessidade da mudança de
cultura para a implantação da mentalidade socialista; o outro foi Georg
Lukács, que em união com Felix Weil, fundou, em 1923, o Instituto para
Pesquisa Social , contando também com a colaboração de outros
pensadores, tendo como objetivo o estudo da civilização ocidental com o
intuito de destruí-la. Este Instituto também ficou conhecido como escola
de Frankfurt, tendo como principais membros Max Horkheimer, Theodor
Adorno, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Wilhelm Reich .
Enquanto os EUA viviam Woodstock e a revolução cultural, o Brasil vivia
um regime de exceção, de um governo civil-militar que foi instaurado
para evitar a instalação do comunismo no Brasil. Em 1964, antes do
início do processo mundial de transformações culturais, os militares
estavam preocupadíssimos com a situação do comunismo no Brasil. A Igreja
brasileira apoiava os militares, fazendo diversas manifestações
populares contra o comunismo no país. A Igreja brasileira era
conservadora e anticomunista.
Avançando para a reta final da análise da mentalidade revolucionária, é
necessário estudar as raízes da teologia da libertação e sua influência
na Igreja. Como a teologia da libertação se encaixa na mentalidade
revolucionária?
Dentro do pensamento marxista, mais
especificamente do pensamento marxiano , a religião e a teologia fazem
parte de uma superestrutura, de algo que não faz parte da infraestrutura
que move a história, ou seja, a economia . O pensamento revolucionário
posterior a Marx, porém, começou a perceber a importância da cultura, da
superestrutura . Marx considerava a religião como ópio do povo. Na
Rússia, o stalinismo/leninismo tentou abolir a religião, mas Gramsci e a
escola de Frankfurt descobriram que a cultura é, de alguma forma, a
religião exteriorizada. Todos parecem ter uma visão religiosa do mundo e
a cultura seria a exteriorização desta visão de mundo.
Feuerbach
afirmava que toda a teologia é uma antropologia, pois dizia que tudo
aquilo que se afirmava a respeito de Deus, que todas as afirmações
religiosas podiam ser reduzidas a afirmações antropológicas. A religião
parece, desta forma, ser uma projeção da humanidade na divindade.
Feuerbach entende que a teologia é uma antropologia alienada. A Teologia
da Libertação se esforça para seguir essa cartilha, pois é a
imanentização da religião cristã e de qualquer outra religião . Tudo
aquilo que se refere a Deus é relido em chave antropológica, mais
especificamente em linguagem sociológica. Todo o conteúdo do sagrado e
do transcendente é esvaziado na imanência humana.
Assim, uma das
características básicas da Teologia da libertação é a negação de uma
esperança transcendente. Não se espera o reino de Deus na
transcendência, mas sim na imanência deste mundo. Seu golpe, porém, se
caracteriza pelo fato de se afirmar que a transcendência se encontra no
futuro. Mas, o futuro também é imanente, pois pertence à realidade desse
mundo.
Ao longo dessas cinco aulas, Padre Paulo Ricardo expôs com clareza e
objetividade a origem, o modo de atuação na sociedade e o objetivo do
Marxismo Cultural e da pretendida Revolução. Mais que isso, abordou os
danos que a Teologia da Libertação (braço eclesiástico do Marxismo
Cultural) vem causando à verdadeira fé católica. Nessa aula, para
finalizar, mostrará por meio de exemplos como agem os marxistas, como
identificar um teólogo da libertação e como lutar o "bom combate".